sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O pesadelo dos maus serviços essenciais




Serviços essenciais – planejamento – projetos – fiscalização – construção – operação e as leis da Natureza
O final de período de muitos governos neste primeiro de janeiro de 2015, alguns reeleitos, mostra o resultado do fracasso de estratégias e estilos em alguns lugares tão grandes quanto São Paulo e, mais ainda, o Brasil.
Nosso povo gosta de discurso, é ignorante e alguns diplomados desconhecem padrões essenciais de suas profissões. Muitas universidades surgiram recentemente, ótimo, mas faltaram professores, bons e reais laboratórios, oficinas, bibliotecas atualizadas, estágios, livros técnicos de boa qualidade e não as famigeradas apostilas, ementas objetivas e menos fantasiosas, rigor e preocupação com os alunos e escolas. Recursos? Dinheiro curto e ao que parece muito mal administrado podem explicar a falta que fazem bons profissionais.
Apesar de tudo nosso pessoal evoluiu, mas nos postos de comando o que aconteceu?
No Brasil temos desafios colossais com o crescimento e verticalização das cidades; o agigantamento exige cautelas e altíssimas competências e a verticalização cria consumidores especiais que só servem para engordar contas, taxas, impostos etc. Com certeza viabilizariam bons serviços se o que pagam revertesse a favor de seus habitantes.
Perdemos o compasso da história técnica do Brasil segurando tarifas e liberando a especulação, gerando dívidas em cima de processos talvez maldosos de um mercado mal vigiado.
É até desagradável insistir na necessidade de extrema cautela na definição de gerência de concessionárias públicas e privadas e nos órgãos de regulação e fiscalização, a transparência deveria ser total. Nada melhor do que a fiscalização ampla e aleatória, ainda que ONGs estrangeiras abasteçam militantes ingênuos de causas conduzidas a favor dos países mais ricos e poderosos.
Nosso povo precisa mergulhar no mérito de decisões técnicas em tudo, da Saúde e Segurança à Educação, do Saneamento Básico à Energia, em tudo o que afeta sua sobrevivência, inclusive aposentadorias e fundações...
E as cidades, vilas a metrópoles?
Nossas cidades carecem de tudo. O que está acontecendo? Querem que vivamos em shoppings e parques esquecendo as ruas, calçadas, a vida urbana sem fronteiras?
Em Curitiba facilmente percebemos o final de vida útil de sistemas que não se renovam. Na Energia Elétrica as redes padrão varal competem com as árvores, perdendo sempre que chove e venta forte. Árvores que morrem com o rebaixamento do lençol freático e a poluição atmosférica desabam facilmente sobre as linhas e se forem fortes e mal podadas criam curtos circuitos e apagões que agridem os curitibanos. O deslumbramento pela capital do Paraná vai se perdendo quando sabemos de suas dificuldades, que poderiam não existir hoje se há alguns anos muitos projetos essenciais tivessem sido criados e realizados.
O pior é que o povo de Curitiba contribui pesadamente para a receita fiscal do estado e da União, o que volta?
O discurso de nossa Presidenta foi patético e um tanto mentiroso. Ela foi o exemplo perfeito do deslumbramento pelo cargo e alheamento de questões que fazia de conta que entendia. Sua equipe ajudou pouco, exceto em projetos mais simples, necessários e até arrojados que lhe deram o segundo mandato. Poderia, agora, contudo, viver um momento de glória absoluta se tivesse mais cuidado com a energia e o famoso mercado, sempre disposto a colocar lobistas e propostas tentadoras e perigosas. Os escândalos mostram a ponta do iceberg.
As leis da Natureza não se modificam com discursos, aliás, são eternas na nossa dimensão de tempo. Não adianta fazer leis e decretos contra a natureza. Ela, contudo, para quem entende melhor suas normas e padrões, avisa. Estiagem? Mudança de clima?
Qual é a novidade?
Cascaes
2.1.2015