segunda-feira, 14 de março de 2016

Desgoverno Técnico





Campanhas políticas e governo
Qual é o direito que qualquer governante tem de ordenar ações ilegais ou simplesmente absurdas para que seu partido tenha sucesso em campanhas eleitorais?
A Operação Lava Jato analisa crimes de corrupção. E o desgoverno?
Ganhar eleições priorizando projetos menos importantes num país onde serviços essenciais básicos são precários é condenar talvez milhões de pessoas a uma vida miserável ou à morte simplesmente.
Paralelamente a omissão em relação à qualidade gerencial de empresas sensíveis tecnicamente é ato de suprema falta de preocupação com seus clientes, exposição de funcionários e o povo em geral a acidentes, facilitar a perda de confiabilidade, eficácia, rendimento etc. de instalações, manutenções, operação e otimização de custos e benefícios, enfim.
A Lava Jato contabiliza bilhões de reais de prejuízos por atos dolosos de corrupção.
Os prejuízos técnicos com certeza não aparecem. Caracterizar erros só depois que acontecem parece ser a regra, quando não em formato de tragédias colossais como aconteceu com a população do vale do Rio Doce no rompimento de diques da SAMARCO.
A democracia é um sistema criado em tempos de pás e enxadas. Agora vivemos em meio a prédios gigantescos, dividindo espaços com o trânsito de veículos, esgotando e poluindo rios, dependendo de poços de petróleo a milhares de metros sob a terra e água, com aviões e fios de alta tensão sobre nossas cabeças etc. Isso pode e deve ser entregue como presente para afilhados políticos? As empresas que administram essas atividades podem ser aparelhadas pelos partidos políticos? Qual deveria ser o perfil técnico e moral dos gerentes? Eles estão preocupados com isso?
A dengue vem ano a ano matando mais e mais brasileiros. Ela e outras endemias e epidemias penalizam os brasileiros e tudo parece fantasia. A Zica deverá causar deficiências gravíssimas em inúmeras crianças. Gostamos de carnaval e dançamos perante a morte?
Precisamos rever estratégias de seleção de políticos, organização de partidos, definição de autoridades, distribuição de verbas etc. e punição severíssima quando, dolosamente, critérios técnicos e morais na gerência de ministérios, secretarias, repartições públicas e empresas essenciais são violados.
Tudo pode parecer um processo de automatização de governos, mas o que estamos sujeitos quando nossos representantes esquecem o povo? Afinal logo que eleitos para a carreira política começam a usufruir de privilégios que os afastam do brasileiro comum.
E aqueles que vão para capitais distantes de seus eleitores?
Temos critérios de avaliação de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes? Nossas estatais são loteadas? As concessionárias privadas são livres para qualquer coisa?
Que Brasil é esse?
Precisaremos repetir manifestações e atos agressivos até o Brasil mudar e se transformar num país sério?

Cascaes
14.3.2016